A comunicação é um dos pilares da sociedade. Dado como um processo de interação no qual se compartilha mensagens, ideias, emoções e sentimentos, é de suma importância para a construção de relações sociais, sejam elas românticas, familiares, relacionadas à vida profissional, etc.
O ser humano, como parte de uma sociedade desenvolvida, funcional e comunicativa, necessita da linguagem para seu desenvolvimento. A ausência desse artifício gera diversas consequências para o indivíduo no que diz respeito ao seu desenvolvimento emocional, social e intelectual.
Todavia, nem sempre toda comunicação ocorre da forma como pretendida. Diversos fatores podem gerar alteração em uma comunicação. A abordagem no tema de hoje é a dificuldade que pessoas surdas enfrentam durante toda a história para conseguir desenvolver um próprio meio de se comunicar e, além disso, conseguir o devido respeito por serem diferentes.
Em 26 de setembro, a Comunidade Surda Brasileira comemora o Dia Nacional do Surdo, data que faz alusão às diversas lutas históricas por direitos, condições de vida, trabalho, saúde, dignidade e cidadania das pessoas portadoras desta condição.
Esta data está relacionada com o dia 26 de setembro de 1987, data na qual houve a inauguração da primeira escola para surdos no Brasil, nomeada de “Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro” atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Para que seja possível uma comunicação efetiva, as pessoas surdas criaram uma Língua de Sinais e, através dela, conseguem se comunicar de forma tão efetiva quanto os ouvintes. Mudando o canal de comunicação, a Língua de Sinais é uma língua visoespacial, fazendo uso da visão e do espaço físico, diferente da comunicação usual dos ouvintes que se dá por meio do canal oral-auditivo.
A Língua de Sinais é uma forma de comunicação que utiliza movimentos e expressões corporais padronizadas e que são percebidas pela visão. É importante lembrar que, embora similares em diversos casos, não existe apenas uma Língua de Sinais no mundo e, assim como os idiomas para os ouvintes, há diversas variações de acordo com a região na qual ela é utilizada.
As LIBRAS, por exemplo, é a Língua Brasileira de Sinais, denominada assim pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, em outubro de 1993. Mesmo sendo brasileira, é importante falar que as LIBRAS nada têm de relacionado com o idioma português brasileiro e seu desenvolvimento se dá a partir de diversos estudos que a transforma em uma língua completa com uma gramática própria e única.
Por mais que atualmente ainda tenha um grande estigma sobre as pessoas surdas, principalmente quando você é o responsável pela sua educação, como pai ou responsável por tal pessoa, é importante ressaltar que a educação destas pessoas deve ser pautada na Linguagem dos Sinais e não devemos tentar fazê-las adquirir um método de comunicação voltado para a oralidade. Essa divergência comunicativa, além de não ser precisa, pode gerar um descontentamento, frustração e dificuldade enormes para os portadores desta condição.
Além das condições fisiológicas que tendem ao conhecimento desta maneira, o aprendizado por Língua de Sinais representa, também, um âmbito social importante. Cada vez mais a sociedade está inclinada a incluir intérpretes de Libras em diferentes instituições públicas, como escolas, universidades, congressos, seminários, programas de televisão, entre outros (previsto em lei). Essa atitude cria uma comunidade de pessoas aptas a se comunicarem de uma maneira coletiva, transportando cada vez mais essa forma de comunicação para a sociedade geral e aumentando sua representatividade nos mais diferentes lugares gerando, naturalmente, maior inclusão social.
Portanto, é muito importante que a sociedade em geral adquira cada vez mais conhecimento sobre essa forma de comunicação, ainda mais se você possui algum vínculo com alguma pessoa surda. Pais, irmãos, familiares e amigos de pessoas surdas devem aprender o mais rápido possível a se comunicarem por Libras, para que repassem esse conhecimento e desenvolvam vínculos mais fortes e estruturados com os surdos, acarretando em um melhor desenvolvimento cognitivo e social desta pessoa.
BIBLIOGRAFIA: