O QUE SÃO?

As verminoses são doenças que afligem anualmente milhares de pessoas, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil, podem acontecer em ambos os sexos e em todas as idades. São causadas por vermes parasitas que se instalam no organismo. Provocados especialmente pela falta de saneamento básico e hábitos de higiene, os vermes geralmente se alojam nos intestinos, mas podem abrigar-se também em outros órgãos, como o fígado, pulmões e cérebro.

TRANSMISSÃO:

Na maioria das vezes, a verminose é contraída através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Normalmente, os ovos desses vermes são ingeridos, e eles se desenvolvem no hospedeiro. No entanto, é possível que vermes entrem no organismo por algum corte. Estes já são mais desenvolvidos que os ovos.

SINAIS E SINTOMAS:

Os principais sintomas das verminoses variam de acordo com o tipo, os mais comuns são:

  1. Dores abdominais;
  2. Náuseas;
  3. Vômitos;
  4. Diarreia;
  5. Falta de apetite;
  6. Perda de peso;
  7. Anemia;
  8. Problemas respiratórios.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO:

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais, como o de fezes e de sangue.

As verminoses têm cura. O tratamento é feito através do uso de vermífugos, dependendo do tipo da verminose, bastando tomar segundo a prescrição do médico. Alguns deles são polivalentes, isto é, agem contra diversos tipos de vermes.

PRINCIPAIS VERMINOSES:

As principais verminoses são:

Doença causada: Ancilostomíase, popularmente conhecida no Brasil como “Amarelão”.

Transmissão: O modo mais comum de transmissão é pela penetração ativa da larva pela pele, mas a penetração pode ocorrer também por mucosas (boca).

Sintomas: Palidez, olhos e mucosas descoradas, fadiga, vertigens, tonturas, desânimo e fraqueza, dores de cabeça, dores na boca do estômago, falta de apetite, cólicas, vômitos, flatulências, diarreias com sangue ou não. O intestino acometido pela destruição dos tecidos e ingestão de hemácias pelos vermes, podendo gerar úlceras intestinais além de anemia, enquanto a penetração das larvas causa dermatites de acordo com o número de larvas e o sistema imunológico do hospedeiro. A passagem das larvas pelos pulmões pode provocar lesões transitórias e sintomas como dificuldades na respiração, tosse e febre baixa.

Prevenção: São medidas preventivas o uso de calçados, hábitos de higiene pessoal, saneamento básico, alimentação saudável, fervura da água e lavagem adequada dos alimentos, além do tratamento dos infectados.

Doença causada: Ascaridíase, também conhecida como “Lombriga”.

Transmissão: Ingestão de ovos contendo a larva infectante L3 por meio de alimentos contaminados, poeira e insetos.

Sintomas: Os indivíduos parasitados com baixa intensidade são assintomáticos. Em grandes infecções, na fase desenvolvimento da larva, podem ser encontradas lesões hepáticas e pulmonares, com formação de pequenas hemorragias e necroses pela passagem dessas larvas. Na fase pulmonar são encontrados edemas nos alvéolos, alergia, febre, bronquite e pneumonia. Pode apresentar tosse com catarro com sangue contendo larvas. Na presença dos vermes adultos em grande quantidade podem ocorrer alterações como a reação do hospedeiro pela presença do antígeno do parasito causando edema, urticária, convulsões do tipo epiléptico. A ação de roubo dos nutrientes pelos vermes pode causar a desnutrição, enfraquecimento físico e mental, irritação e obstrução na parede do intestino. Além disso, vermes encontrados em locais fora do seu habitat normal podem causar apendicite, pancreatite e eliminação de verme pela boca e narina.

Prevenção Saneamento básico, lavar mãos e alimentos, proteger alimentos da poeira e insetos. Tratamento individual em casos isolados ou em massa da população em áreas endêmicas, periodicamente.

Doença causada: Esquistossomose mansônica, popularmente conhecida no Brasil como “Barriga d’água”.

 Transmissão: As cercárias podem ser encontradas em água doce, nesse ambiente as larvas cercárias podem penetrar ativamente na pele e mucosa do hospedeiro definitivo.

Sintomas: Na fase aguda da doença, ocorre um hematoma na pele causado pela cercária, mal-estar, febre, diarreia, emagrecimento e um aumento no tamanho do fígado e do baço causados pelo verme. Na fase crônica, pode ocorrer embolia pulmonar e presença de um processo cicatricial no pulmão, hepatite provocada pela presença de ovos. Um grande número de ovos pode provocar hemorragias, edemas na submucosa e degeneração do tecido. Ocorrem dores abdominais, diarreia com sangue, complicações digestivas e circulatórias e vontade intensa de evacuar sem saída de fezes.

Prevenção: Combate aos caramujos em áreas críticas, bem como evitar o banho em rios e lagos que eles existam, campanhas para educação e conscientização da população, saneamento básico e tratamento adequado dos doentes.

Doença causada: Filariose linfática, também conhecida popularmente como “Elefantíase”.

Transmissão: A transmissão da Filariose Linfática se dá basicamente pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas infectantes migram para a região dos linfonodos, onde se desenvolvem até a fase adulta.

Sintomas: Os primeiros sintomas costumam ser processos inflamatórios, causados pela morte do verme adulto, localizados nos vasos linfáticos, com febre, calafrio, dor de cabeça, náusea, sensibilidade dolorosa e vermelhidão ao longo do vaso linfático, em diferentes regiões independentes de sua localização. São frequentes os casos com ataques repetidos de inflamação dos nódulos linfáticos e lesões genitais. A evolução da filariose é lenta. Seus sinais e sintomas são decorrentes principalmente da dilatação do vaso linfático, muitas vezes complicada por infecções secundárias. Na elefantíase, há endurecimento, espessamento e inchaço exagerado das áreas com edemas linfáticos, provocando deformações. Geralmente, ela se localiza em uma ou ambas as pernas, ou nos órgãos genitais externos. A filariose não é causa direta da elefantíase. Diversos outros fatores, como a falta de higiene nos membros afetados pelas lesões, ocasionam a proliferação de bactérias e a infecção aguda.

Prevenção: A prevenção da elefantíase é feita se evitando o contato com mosquitos transmissores, através de medidas como: uso de mosquiteiro para dormir; telas nas janelas e nas portas; evitar deixar água parada em pneus, garrafas e vasos de plantas, por exemplo; usar repelente diariamente; evitar locais com moscas e mosquitos. Além disso, cabe ao governo utilizar meios para combater as moscas e mosquitos como a pulverização de venenos pelo ar, como o fumacê e as medidas de saneamento básico.

Doença causada: Giardíase.

Transmissão: Atinge, principalmente, a porção superior do intestino delgado. A infecção pode ser adquirida, principalmente pelas crianças, através da ingestão de alimentos e água contaminada com os cistos do parasita. Também é descrita a transmissão envolvendo atividades sexuais, resultante do contato oro-anal.

Sintomas: A maioria das infecções é assintomática e ocorre tanto em adultos quanto em crianças. A infecção sintomática pode apresentar-se através de diarreia, acompanhada de dor abdominal, flatulência, distensão abdominal, náuseas, eliminação de fezes gordurosas e fétidas e perda de peso;

Prevenção: Lavar bem os alimentos antes de consumi-los e atentar-se às condições de higiene dos estabelecimentos caso for comer fora; consumir somente água filtrada ou fervida; manter hábitos de higiene pessoal, como lavar as mãos após usar o banheiro.

Doença causada: Enterobiose ou Oxiurose, conhecido popularmente como “Oxiúrus”.

Transmissão: A transmissão pode ocorrer de várias formas: 1) ovos encontrados na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro; 2) ovos encontrados em poeira ou alimentos infectam o mesmo hospedeiro; 3) hospedeiros levam os ovos da região anal à boca; 4) a larva eclode ainda dentro do reto e migra para o ceco, tornando-se verme adulto; 5) larvas eclodem na região externa do ânus, penetram no ânus, migram pelo intestino grosso, chegando ao ceco onde se transforma em verme adulto. A transmissão é quase sempre doméstica ou em ambientes coletivos fechados.

Sintomas: Na maioria dos casos não há sintomas. Em indivíduos com sintomas, pode haver laceração da pele, com hemorragias, dermatites e infecções secundárias na região perianal e perineal, ocorrendo ainda uretrite ou vaginite, sendo essas últimas mais comuns nas meninas, com infecções intensas. Os sintomas mais comuns são: prurido anal intenso, principalmente à noite, náuseas, vômitos, dores abdominais, emagrecimento e diarreia, podendo ocorrer ainda convulsões e vertigens, principalmente em crianças.

Prevenção: Hábitos de higiene corporal e limpeza de roupas íntimas, lençóis, toalhas e do próprio ambiente, bem como manter limpas as instalações sanitárias e tratamento adequado dos doentes.

Doença causada: Teníase, provocada pelo verme adulto. O parasito é conhecido popularmente como “Solitária”. Cisticercose, provocada pela larva cisticerca do verme, popularmente conhecida como “Canjiquinha”.

Transmissão: Ingestão de carne suína crua ou mal cozida contendo cisticercos para a teníase: ingestão de ovos por meio de alimentos, contato de mãos contaminadas com as vias orais ou refluxos gástricos para a cisticercose. 1) autoinfecção externa: em portadores eliminando proglotes e ovos quando levar as mãos contaminadas à boca. 2) autoinfecção interna: o indivíduo infectado com vômito, com possível presença de proglotes grávidos ou ovos no estômago, ação do suco gástrico e ativação dos ovos se instalando no intestino delgado e desenvolvimento do ciclo. 3) heteroinfecção: ingestão de alimentos ou água contaminados com ovos eliminados por outro indivíduo contaminado.

Sintomas: Teníase: aumento da motilidade intestinal, inflamações crônicas, hemorragia, além de fenômenos tóxicos alérgicos. Podem apresentar sintomas como dores e alongamentos abdominais, sensação de fome, tonturas, fraqueza, náuseas, perda de peso, mesmo havendo boa alimentação. Cisticercose: Dores de cabeça, perda parcial da visão, vômitos, arritmias cardíacas e respiratórias, psicose, fadiga, cãibras e dores musculares.

Prevenção: Saneamento básico, tornando os excrementos humanos inacessíveis aos hospedeiros intermediários, cozimento adequado dos alimentos, tratamento dos infectados, melhoria nos sistemas de criação de suínos.

Agora que você conhece um pouco mais sobre as verminoses, redobrem os cuidados com a prevenção. Alguns dependem do serviço público. Outros dependem apenas de nós mesmos.

REFERÊNCIAS:

https://www.ibb.unesp.br/Home/ensino/departamentos/educacao/coletaneas_das_principais_verminoses.pdf

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/verminoses/

https://www.proenem.com.br/enem/biologia/principais-verminoses/

https://www.hospitaldecruzilia.com.br/site/index.php/noticias/todas-as-noticias/524-conheca-as-principais-verminoses-que-atingem-o-ser-humanohttps://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/verminoses

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