O que é a Esclerose Múltipla e quais são os seus sinais

O que é a Esclerose Múltipla e quais são os seus sinais

Tempo de leitura:3 minutos

A Esclerose Múltipla (EM) é considerada uma doença neurológica, crônica, autoimune e desmielinizante que afeta um componente do sistema nervoso central (cérebro e medula espinal), chamado mielina que é uma capa gordurosa que reveste os nossos nervos. Quando essa capa é danificada há uma dificuldade de transmissão dos impulsos neurológicos. Essa agressão autoimune e inflamatória gera dano na mielina, provocando os sintomas da doença.  

Embora a causa da doença ainda seja desconhecida, a EM tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que tem possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes. A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade das crises causadas pelas agressões inflamatórias, que duram em torno de quatro a oito semanas e depois melhora espontaneamente, especialmente nos anos iniciais da doença.

O dia mundial da Esclerose Múltipla (EM) ocorre todos os anos no dia 30 de maio. O tema escolhido de 2020 – 2022 é: conexões. A campanha Conexões EM centra-se em desenvolver conexões à comunidade, conexão com o próprio e conexões a cuidados de qualidade. O mote da campanha é “Eu conecto-me, nós conectamo-nos”, e a hashtag da campanha é #ConexoesEM. Tem por objetivo desafiar as barreiras sociais que deixam as pessoas afetadas pela EM a sentirem-se sozinhas e socialmente isoladas, com o intuito de defender melhores serviços, celebrar redes de apoio e defender o autocuidado.

Prevalência:

De acordo com o Atlas da Esclerose Múltipla de 2013, a prevalência da doença no Brasil é de 5,01 a 20 pessoas a cada 100 mil habitantes. O número estimado de pessoas com Esclerose Múltipla no mundo aumentou de 2,1 milhões em 2008 para 2,3 milhões em 2013.

Geralmente acomete adultos jovens em média entre 20 e 40 anos de idade, predominando entre as mulheres.  É mais comum em caucasianos do que em outros grupos raciais que vivem em zonas temperadas, ou seja, quanto mais distante da Linha do Equador, quanto maior a latitude, maior a prevalência.

A doença não tem cura, mas os tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença.

Causas:

As causas exatas da esclerose múltipla não são conhecidas, mas há dados interessantes que sugerem que a predisposição genética (com alguns genes já identificados que regulam o sistema imunológico) e a combinação com fatores ambientais, que funcionam como “gatilhos” que podem desempenhar um papel no desenvolvimento da doença.

  1. Infecções virais (vírus Epstein-Barr);
  2. Exposição ao sol e consequente níveis baixos de vitamina D prolongadamente;
  3. Exposição ao tabagismo;
  4. Obesidade;
  5. Exposição a solventes orgânicos;
  6. Estes fatores ambientais são considerados na fase da adolescência, um período de maior vulnerabilidade.

Sinais e sintomas:

O sinais e sintomas mais comuns são:

1.     Cognitivo/mental: problemas de memória, falta de atenção, concentração, depressão, ansiedade.

2.     Visão: perda parcial da visão ou visão turva e dupla (diplopia).

3.     Fala/deglutição: dificuldade para falar ou engolir.

4.     Bexiga/intestino: incontinência urinária e falta de controle para defecar.

5.     Disfunção sexual: perda de libido e sensação reduzida ao toque.

6.     Funções sensoriais: dor de leve a intensa e sensação de desconforto nos braços e pernas.

7.     Mobilidade: fadiga, perda de controle dos braços e pernas ou problemas para caminhar.  

Tipos de esclerose múltipla:

1.     Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR) ou surto remissão: evolui com surtos cujos sintomas ocorrem de maneira súbita com posterior recuperação parcial ou total dos mesmos. Essa é a forma mais comum de Esclerose Múltipla e os surtos podem deixar sequelas ou não.

2.     Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP): evolui sem surtos, mas com sintomas progressivos acumulados ao longo do tempo.

3.     Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP): evolui com sintomas lentos e progressivos com o tempo em indivíduos que possuem inicialmente a forma remitente recorrente (EMRR). Pode evoluir com ganho de sintomas sem surto, em geral após 20 anos de doença.

Diagnóstico:

O diagnóstico é basicamente clínico, complementado por exames de imagem (ressonância magnética de crânio e coluna) e analise do líquor com a pesquisa de marcadores específicos.

Tratamento:

Uma vez havendo a confirmação do diagnóstico, o tratamento tem dois objetivos principais:

1.     Abreviar a fase aguda: os corticosteróides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos.

2.     Aumentar o intervalo entre os surtos: imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.

Além dos tratamentos realizados com medicamentos específicos, uma série de medidas de estilo de vida auxiliam na melhora clínica, entre elas:

1.     Alimentação balanceada e sem alimentos ultraprocessados;

2.      Evitar consumo de tabaco;

3.     Prática de atividade física regular;

4.     Manter uma boa rotina de sono;

5.     Manter bons níveis fisiológicos de vitamina D, seja através do consumo de vitaminas ou banho de sol periódicos.

Prevenção:

Não é possível prevenir a Esclerose Múltipla. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, o paciente consegue viver sem grandes complicações decorrentes da doença.

Portanto, assim que notar sinais e sintomas sugestivos, é importante não ignora-los somente porque eles desapareceram. O ideal é procurar um médico neurologista para investigar mais detalhadamente o problema.

REFERÊNCIAS:

https://www.abem.org.br/wp-content/uploads/2022/02/20211018_foldersinformativos_ebookroche_imp.pdf

https://worldmsday.org/pt-pt/sobre/

https://www.einstein.br/doencas-sintomas/esclerose-multipla#:~:text=%E2%80%8B%E2%80%8BTrata%2Dse%20de,cinzenta%20do%20sistema%20nervoso%20central.

https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/esclerose-multipla/

https://www.abem.org.br/esclerose-multipla/o-que-e-esclerose-multipla/

https://sp.unifesp.br/epe/desc/noticias/esclerose-multipla-2021

https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esclerose-multipla

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