A meningite é caracterizada por uma inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal) podendo ser desencadeada por vários tipos de agentes, como bactérias ou vírus desencadeando assim surtos da doença. No Brasil, por exemplo, a meningite é considerada uma doença endêmica, ou seja, acaba afetando simultaneamente muitas pessoas ao longo do ano. É possível identificar que as meningites bacterianas se dão no inverno e das virais, no verão.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que a meningite causada por infecção bacteriana tende a ser a mais séria – levando a cerca de 250 mil mortes por ano – e pode causar epidemias de rápida propagação. A doença mata uma em cada 10 pessoas infectadas – principalmente crianças e jovens – e deixa uma em cinco com incapacidades de longa duração, como convulsões, perda de audição e visão, danos neurológicos e deficiência cognitiva.
Segundo a OMS, até 2030, as metas são eliminar epidemias de meningite bacteriana – a forma mais letal da doença – e reduzir as mortes em 70%, além de reduzir pela metade o número de casos. As organizações estimam que, no total, a estratégia pode salvar mais de 200 mil vidas anualmente e reduzir significativamente as incapacidades causadas pela doença.
- TIPOS:
Meningite bacteriana – Causada por bactérias, é bastante letal e deve ser tratada o quanto antes com antibióticos, normalmente administrados por via venosa, por um período de 7 a 14 dias. Um tipo de meningite bacteriana muito comum é a causada pelo bacilo Haemophilus influenzae tipo b.
Meningite viral – Provocada por vírus, normalmente é debelada pelo próprio organismo. Nesses casos, os medicamentos servem para aliviar os sintomas.
Meningite fúngica – Causada por fungos, é mais rara e deve ser tratada com antifúngicos. Pessoas com diabetes e portadoras do vírus HIV têm mais risco de desenvolver a doença.
Meningite eosinofílica – Ocasionada por parasitas na alimentação, em geral, deve ser tratada com antibióticos.
Meningite traumática – Surge após traumatismo, na maioria das vezes, craniano.
- TRANSMISSÃO:
Em geral, a transmissão ocorre pelo doente ou pelo portador da doença através das vias respiratórias por gotículas e secreções do nariz e da garganta, pela fala, tosse, espirros e beijos.
A transmissão também pode ocorrer via fecal-oral através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes, e é considerada de grande importância para a meningite viral, em infecções por enterovírus.
- SINAIS E SINTOMAS:
A meningite é uma doença grave e devemos estar alertas para os sinais e sintomas porque, se diagnosticada e tratada em tempo hábil, tem chances de cura sem deixar sequelas para o doente.
Muitas pessoas confundem os sintomas de meningite com os da gripe ou mesmo com uma crise de enxaqueca. Como, então, diferenciá-la? É importante ficar atento aos seguintes sintomas:
- Febre alta e repentina;
- Dor de cabeça forte;
- Vômitos (nem sempre, inicialmente);
- Rigidez no pescoço (dificuldade em movimentar a cabeça);
- Manchas vinhosas na pele;
- Estado de desânimo, moleza.
Nos bebês pode-se também observar:
- Moleira tensa ou elevada;
- Gemido quando tocado;
- Inquietação com choro agudo;
- Rigidez corporal com movimentos involuntários, ou corpo “mole”, largado.
Qualquer caso de meningite precisa ser comunicado às autoridades sanitárias, pelo médico ou pelo hospital onde o paciente está sendo tratado.
- DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico de meningite pode ser feito pelo especialista tendo como base o histórico do paciente, um exame físico e alguns exames específicos, como:
- Exame do líquor, líquido que envolve o sistema nervoso, para identificar o tipo do agente infeccioso envolvido.
- Cultura de sangue, em que uma amostra de sangue do paciente é enviada para laboratório, onde é realizada uma cultura de microrganismos, em especial de bactérias
- Exames de imagem, como raio X e tomografias, procurarão por sinais de infecção pelo corpo.
- TRATAMENTO:
- O tratamento pode ser realizado com antibióticos específicos.
- Não existe tratamento específico para as meningites virais. Os medicamentos antitérmicos e analgésicos são úteis para aliviar os sintomas.
- Meningites causadas por fungos ou pelo bacilo da tuberculose exigem tratamento prolongado à base de antibióticos e quimioterápicos por via oral ou endovenosa.
- PREVENÇÃO:
A vacinação é a forma mais eficaz de combate à meningite. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece em seu calendário oficial as vacinas contra meningococo do tipo C, Haemophilus Influenzae do tipo B, Pneumococo e Tuberculose – agentes bacterianos que causam a meningite.
Outras formas de prevenção incluem: cuidados com a higiene pessoal, evitar aglomerações, manter os ambientes ventilados e a higiene ambiental.
- RECOMENDAÇÕES AOS PAIS E RESPONSÁVEIS:
- Estejam atentos aos sinais e sintomas, principalmente em crianças menores de 5 anos;
- Procurem imediatamente um médico para um diagnóstico seguro e tratamento eficiente;
- Se seu filho tiver febre alta, não o mande para a escola. Procure um médico para saber o motivo da febre;
- Avisem a escola se seu filho estiver com meningite;
- Após a alta do paciente não existe mais perigo de contaminação, portanto essas crianças não precisam ser evitadas ou discriminadas, voltando normalmente a frequentar a escola;
- Não há necessidade de fechar escolas ou creches quando ocorre um caso de meningite entre os alunos, professores ou funcionários da escola, pois o meningococo não sobrevive no ar ou nos objetos;
- A limpeza e a higiene devem ser habituais. Não há necessidade de inutilizar ou desinfetar objetos de uso pessoal do doente.
REFERÊNCIAS:
https://www.paho.org/pt/noticias/28-9-2021-oms-e-parceiros-pedem-acao-urgente-contra-meningite
http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/357-meningite