FEVEREIRO LARANJA – COMBATE A LEUCEMIA
No mês de fevereiro, o laranja tem significado especial no calendário de saúde, e serve para informar, esclarecer e diagnosticar precocemente sobre uma doença que tem bastante relevância na população: Leucemia.
Criada em 2005, a campanha Fevereiro Laranja tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a leucemia – tipo de câncer no sangue – e a importância da doação de medula óssea. Segundo informações do INCA, atualmente, essa doença ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres. Para cada ano do triênio 2020-2022, serão diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.
O QUE É LEUCEMIA?
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas.
TIPOS DE LEUCEMIA:
Não se conhece a causa da maioria das leucemias, que podem ser classificadas de acordo com a evolução e o tipo de defeito dos glóbulos brancos. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são:
1. Leucemia mieloide aguda (LMA): Ocorre quando o número de células saudáveis (células vermelhas, células brancas e plaquetas) pode cair. Neste momento, o indivíduo começa a apresentar anemia, infecções e sangramentos.
2. Leucemia mieloide crônica (LMC): Pacientes com LMC apresentam uma superprodução de glóbulos brancos e normalmente têm uma evolução lenta no crescimento das células doentes ao longo do tempo. Isso pode causar anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas. Mas alguns pacientes são completamente assintomáticos e a doença é descoberta em um exame comum de sangue.
3. Leucemia linfocítica aguda (LLA): é o tipo de câncer mais comum durante a infância e suas causas ainda não são conhecidas. Surge um linfócito imaturo e danificado na medula óssea, devido a um erro em seu material genético (DNA). Esses erros genéticos podem dar origem a uma célula blástica leucêmica (linfoblasto ou blasto leucêmico) que fica parada nos primeiros estágios do desenvolvimento celular. A célula blástica imatura não amadurece e não se transforma em uma célula sanguínea funcional.
4. Leucemia linfocítica crônica (LLC): Os linfócitos, por conta de um erro genético, passam a se desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. A leucemia linfóide é considerada crônica porque essa alteração provoca o crescimento desordenado de linfócitos B que, geralmente, não impede a produção das células normais. Ou seja, ao mesmo tempo em que há uma produção de células com problemas, causando acúmulo na medula óssea, por outro lado o processo de fabricação e maturação das células saudáveis continua acontecendo.
SINAIS E SINTOMAS:
Os primeiros sinais geralmente aparecem quando a medula óssea deixa de produzir células sanguíneas normais.
Sintomas característicos das leucemias agudas incluem:
1. Anemia;
2. Fraqueza;
3. Cansaço;
4. Sangramentos nasais e nas gengivas;
5. Manchas roxas e vermelhas na pele;
6. Gânglios inchados;
7. Febre;
8. Sudorese noturna;
9. Infecções;
10. Dores nos ossos e nas articulações.
Já as leucemias crônicas de evolução lenta podem ser completamente assintomáticas.
O DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como o hemograma, mas deve incluir ainda exames de bioquímica, de coagulação, além de mielograma, imunofenotipagem e cariótipo, que são os exames de medula óssea.
O TRATAMENTO:
O tratamento é dividido em duas fases:
1. FASE 1 – Indução da remissão: O objetivo é eliminar as células doentes, denominadas blastos, que são muito sensíveis à quimioterapia.
2. FASE 2 – Estratégias de consolidação: O objetivo é combater possíveis focos residuais da doença.
3. Quimioterapia;
4. Transfusões de sangue;
5. Terapia Alvo;
6. Transplante de Medula Óssea.
Pacientes que não respondem satisfatoriamente a esse esquema terapêutico podem beneficiar-se com o recurso do transplante de medula óssea.
IMPORTÂNCIA DA DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA:
· O que é medula óssea?
É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, pois é lá que são produzidos os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas.
· O que é o transplante de medula óssea:
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para curar essas doenças que afetam as células do sangue. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.
O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias.
· Como ser um doador:
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
Ter entre 18 e 55 anos de idade; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico; algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea. Procure o hemocentro do seu estado e agende uma consulta de esclarecimento ou palestra sobre doação de medula óssea.
· Como é feita a doação:
A doação é um procedimento realizado em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções e esse procedimento leva em torno de 90 minutos. A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias e nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação. Retira-se um volume de medula do doador de, no máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde e, dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada.
As doações têm aumentado expressivamente nos últimos anos, especialmente devido às campanhas de sensibilização da população. Mas os números precisam ser ainda maiores. Quanto mais doadores estiverem à disposição, maiores são as chances de encontrar medulas compatíveis.
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REFERÊNCIAS:
https://www.abrale.org.br/doencas/leucemia/
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=432944
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/leucemia/https://redome.inca.gov.br/doador/