Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes, como mosquitos e carrapatos. O termo “arbovírus” é utilizado para se referir a uma grande variedade de vírus que têm artrópodes (principalmente mosquitos e moscas) como vetores, ou seja, organismos que transmitem o vírus de um hospedeiro (geralmente animais ou seres humanos) para outro.
Dentro das arboviroses, há três que compartilham, além de sintomas, o mesmo vetor: Dengue, Chikungunya e Zika. Essas três arboviroses são transmitidas por um mesmo mosquito, o Aedes Aegypti – que, inclusive, também é responsável pela contaminação da febre amarela.
A contaminação nos humanos dá-se, de forma mais branda em solo brasileiro, justamente pela interação deste mosquito com o hospedeiro humano. A fêmea do mosquito em fase de incubação dos ovos, contaminada com algum desses vírus, pica um ser humano com o intuito de alimentar-se de seu sangue justamente em prol da maturação de seus ovos e sua conseguinte reprodução no meio ambiente.
O processo da picada é simples: a fêmea pousa na pele do hospedeiro, se alimenta com o sangue e, caso o mosquito esteja infectado com alguma dessas doenças, ela entrará em contato com a corrente sanguínea da pessoa picada e essa pessoa tende a desenvolver alguma das doenças. A partir deste momento, qualquer outro mosquito desta espécie que picar essa pessoa contaminada, se contaminará e poderá espalhar a doença para outras pessoas, principalmente as que vivem na região onde o Aedes Aegypth está se proliferando.
Por isso, a melhor medida que podemos tomar contra essas doenças é a precaução para que o mosquito não tenha a capacidade de se proliferar. Para que a fêmea do Aedes Aegypth coloque os seus ovos, ela precisa de água parada – ou seja: devemos eliminar os potenciais criadouros que contam com água parada, como pneus, garrafas, vazinhos de planta, caixas d’água descobertas que estejam sem uma limpeza e higiene adequados.
Além da eliminação dos criadouros, uma medida eficiente pode ser a utilização de repelentes de mosquitos, telas e roupas que protejam maiores área de nossa pele, a fim de evitar que sejamos picados pelo transmissor da doença.
Depois da contaminação, embora as doenças sejam de sintomas parecidas, elas se diferem:
Dengue: O primeiro sintoma da dengue é a febre alta, variando entre 39°C e 40°C, que surge de forma abrupta. A febre costuma durar de 2 a 7 dias e é acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, cansaço extremo, fraqueza, dor atrás dos olhos, além de erupções e coceira na pele. Também podem ocorrer náuseas, vômitos e, em alguns casos, perda de peso.
Chikungunya: também começa de forma súbita com febre, que pode ser alta, mas geralmente é mais baixa do que na dengue. Os principais sintomas incluem dor muscular e nas articulações (que costumam ser mais intensas do que na dengue e zika), além de dor de cabeça e exantema (erupção cutânea). Os sintomas normalmente duram de 3 a 10 dias.
Zika: O principal sintoma da é o exantema (erupção cutânea) com coceira, acompanhado de febre baixa (ou até mesmo ausência de febre), conjuntivite (olhos vermelhos, sem secreção ou coceira), dor nas articulações, dor muscular e dor de cabeça. Geralmente, os sintomas desaparecem após 3 a 7 dias.
Em suma, a dengue e a chikungunya se aproximam mais em relação aos sintomas, mas a dengue se destaca por dores no corpo de maneira geral e, a chikungunya, por dores e inchaços nas articulações. Entre as três, a que mais se difere é a representação da zika, que se destaca por uma febre baixa (ou ausência de febre), muitas manchas no corpo e coceira.
Uma vez com a presença dos sintomas, é de extrema importância se encaminhar ao médico para que ele faça uma anamnese, avaliando, principalmente, seus sintomas e locais visitados recentemente (pelo fato das arboviroses serem mais comuns em áreas propícias para a proliferação do mosquito) para realizar um teste sorológico, um PCR (Reação da Cadeia em Polimerase) ou até um teste rápido para que seja fechado um diagnóstico.
Além destes testes para identificar a doença, é comum que seja exigido um exame de sangue para verificar o número de plaquetas que o paciente possui no momento. Isso acontece devido ao fato da dengue interferir na produção das plaquetas sanguíneas e a possibilidade de evoluir para um quadro hemorrágico.
Essas três doenças são de notificação compulsória, ou seja: toda vez que surgir um caso suspeito, seja em uma unidade pública ou particular, os profissionais devem abrir uma ficha para o SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Informações online) – sistema de saúde que insere e dissemina dados importantes sobre a saúde da população com o intuito de realizar estudos de controle de temas relacionados a saúde.
A dengue, dentre as três, é a única doença que possui uma vacina preventiva dos piores quadros da doença. Atualmente, sua vacinação acontece pelo SUS em crianças de 10 a 14 anos, 11 meses e 21 dias. Em redes particulares de saúde, a vacina está licenciada para crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos (posterior a essa idade não há recomendação de aplicação devido à ausência de estudos realizados com a população idosa).
O tratamento em si, para as três doenças, consiste, basicamente, em tratar os sintomas para que não haja uma piora do quadro de saúde. Não há nenhum antiviral específico para o tratamento, portanto, deve-se controlar a dor, febre e desidratação.
Caso haja uma piora progressiva no quadro de saúde, é sempre importante se locomover até uma unidade de saúde para melhor monitorização.
REFERÊNCIAS
https://portal.fiocruz.br/noticia/dengue-chikungunya-e-zika-conheca-diferencas