A AIDS e o HIV, embora popularmente disseminados como uma única só coisa, são termos diferentes designados para descrever, também, coisas apartadas.
“HIV” é a sigla na língua inglesa referente ao Human Immunodeficiency Virus (Vírus da Imunodeficiência humana), um retrovírus com genoma RNA, pertencente à família Retroviridae e subfamília Levtivirinae.
Por sua vez, o HIV é o vírus causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Humana), que é um conjunto de sintomas específicos dessa infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana.
É muito importante que deixemos claro a diferença entre os dois, pois, não necessariamente um portador de HIV (conhecido também como “soropositivo”) vai desenvolver a AIDS. Agora que já evidenciamos a diferença entre esses dois termos, vamos discorrer sobre a aids em si, suas prevenções, causas, sintomas e tratamentos.
DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA
Primeiramente, o meio de transmissão do HIV dá-se das seguintes formas:
– Relações sexuais (oral, vaginal ou oral) desprotegidas (sem a utilização de preservativos) com uma pessoa soropositiva.
– Compartilhamento de objetivos perfuro cortantes contaminados (agulhas, alicates, etc.);
– Verticalmente, da mãe soropositivo sem um tratamento adequado para o filho durante a gestação ou amamentação.
A partir disso, o vírus do HIV possui uma característica muito importante, que é o longo tempo de incubação – ou seja: desde que a pessoa é contaminada, demora um período de três a seis semanas para o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas. Além disso, o organismo demora de 30 a 60 dias após essa infecção para começar a produzir anticorpos anti-HIV.
A principal característica clínica da aids é o enfraquecimento das células de defesa do corpo humano (principalmente os linfócitos T CD4+) e, concomitantemente, o aparecimento de doenças oportunistas.
Com esse enfraquecimento do sistema imunológico, é comum que a pessoa contaminada comece a demonstrar alguns sintomas, que, inicialmente, são bastante similares cm os de uma gripe, variando entre febre e mal-estar.
O conjunto do longo período de incubação e dos sintomas comuns pode fazer com que a infecção passe despercebida pelo portador, aumentando mais ainda o risco de contaminação entre as pessoas e um potencial piora do quadro de saúde.
Além desse primeiro período, chamando de agudo, o segundo momento da doença é chamado de assintomático. Neste período, ocorre uma forte interação entre as células de defesa do corpo humano e as mudanças do vírus. Entretanto, a doença não consegue, neste momento, enfraquecer o sistema imune o suficiente para o acometimento de doenças oportunistas – portanto, a pessoa portadora pode não demonstrar nenhum sintoma por muitos anos.
Após esse longo tempo na fase assintomática, as células de defesa do corpo humano começam a perder, gradualmente, sua eficiência. Essa gradual diminuição da função do sistema imunológico culmina no enfraquecimento do próprio corpo humano se tornando cada vez mais vulnerável a infecções oportunistas.
Então, a partir da significante redução dos linfócitos T CD4+, é que se inicia a fase sintomática. Neste momento, as células de defesa do organismo contaminado estão severamente prejudicadas, perdendo por demasiado sua função de defesa e deixando o corpo, cada vez mais, vulnerável à infecções mais comuns.
Na fase sintomática, os sintomas mais comuns são:
– Febre;
– Diarreia;
– Suores noturnos;
– Emagrecimento.
Este momento, em conjunto com o aparecimento destas doenças oportunistas, é o mais virulento estágio da doença, conhecido como aids. Portanto, a aids em si não é o HIV, como muitas pessoas podem associar, mas sim o estágio mais avançado da doença que é causada pelo vírus do HIV.
Neste período, assim como nos outros, é imprescindível que o paciente inicie seu tratamento, pois a pessoa pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e algumas neoplasias.
TRATAMENTO
Há um conjunto de antirretrovirais (ARVs), medicamentos que controlam a replicação do vírus e ajudam a manter a função imunológica do paciente. O tratamento adequado pode permitir que pessoas com HIV tenham uma vida longa e saudável. Os principais tipos de tratamento incluem:
Terapia Antirretroviral Combinada (TAR): é a forma mais comum de tratamento. Consiste no uso de uma combinação de três ou mais medicamentos de diferentes classes para impedir a multiplicação do HIV no organismo. A combinação de medicamentos visa reduzir a carga viral a níveis indetectáveis no sangue, o que significa que o HIV não pode ser transmitido a outras pessoas (tratamento como prevenção, ou TasP).
A PEP (Profilaxia Pós Exposição): é um tratamento de emergência iniciado o mais rápido possível (preferencialmente até 72 horas após a exposição ao HIV) para prevenir a infecção. O tratamento dura 28 dias e inclui o uso de medicamentos antirretrovirais.
A PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): é um tratamento preventivo para pessoas que ainda não têm o HIV, mas que estão em risco elevado de adquiri-lo. Consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais, principalmente o tenofovir e emtricitabina, para reduzir a probabilidade de infecção pelo HIV.
PREVENÇÃO
A prevenção do HIV envolve uma série de estratégias eficazes, como o uso consistente de preservativos durante a relação sexual, a profilaxia pré-exposição (PrEP) para pessoas em risco elevado, e a profilaxia pós exposição (PEP) em situações de emergência. Testes regulares de HIV e o tratamento antirretroviral (TAR), que mantém a carga viral indetectável, também são cruciais, pois pessoas com HIV sob tratamento não transmitem o vírus. Além disso, a educação sobre o HIV, a redução de riscos como o compartilhamento de agulhas e seringas, e a prevenção da transmissão vertical de mãe para filho são medidas fundamentais.
REFERÊNCIAS
https://saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/temas-de-saude/hiv-e-aids/o-que-e-aids