Para você entender melhor o panorama do mercado de energia elétrica, no ano passado, o setor movimentou R$ 50,19 bilhões. Essa quantia indica um aumento de 14,13% quando fazemos a comparação com 2017, em que o movimento foi de R$ 43,1 bilhões.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), durante 2018, o mercado de energia de curto prazo girou R$ 31,69 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões desse valor estão em aberto, em função de algumas liminares concedidas por razão de riscos hidrológicos (GSF).
Ainda citando o período de 2018, a somatória da quantia das liquidações de Angra, das cotas de hidrelétricas, Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) e energia de reserva foi de R$ 18,49 bilhões.
Para fazer um comparativo com o ano anterior, 2017 terminou com R$ 28,49 bilhões de giro financeiro de curto prazo, sendo que R$ 6 bilhões estavam em aberto em virtude da judicialização do GSF. Angra, cotas, MCSD e energia de reserva totalizaram R$ 14,6 bilhões.
Veja como é composta a matriz de energia mundial
Nosso planeta tem uma matriz energética formada, essencialmente, por fontes não renováveis. A energia não renovável é aquela que depende de um processo em escala de tempo geológica ou algum tipo de constituição do sistema solar para terem disponibilidade. Alguns exemplos de fontes não renováveis de energia são o carvão mineral, o petróleo, o gás natural e a energia nuclear.
Conheça como é a composição da matriz energética mundial:
- 31,9% — petróleo e derivados;
- 27,1% — carvão;
- 22,1% — gás natural;
- 9,8% — biomassa (combustível material orgânico como bagaço de cana, casca de arroz, resíduos de madeira, entre outros);
- 4,9% — nuclear;
- 2,5% — hidráulica;
- 1,6% — outros.
Infelizmente, as fontes renováveis de energia, conjunto que inclui a solar, a eólica e a geotérmica, quando somadas, equivalem a menos de 2% de toda a matriz energética do mundo.
Elas estão sinalizadas acima como “outros”. Se somarmos essas energias com a hidráulica e a da biomassa, que também são renováveis, teremos 14% da matriz energética mundial, um patamar ainda bastante baixo quando comparado às fontes não renováveis.
A boa notícia é que a matriz energética do nosso país difere bastante da mundial, justamente por apresentar maior porcentagem de energia renovável em sua constituição, uma particularidade bem importante.
Conheça a composição da matriz energética brasileira
Caso você não saiba, qualquer tipo de fonte não renovável de energia é uma grande responsável pela emissão de gases de efeito estufa (GEEs). Os GEEs são aqueles que fazem a absorção de parte da irradiação solar, redistribuindo esses raios como radiação na atmosfera. Isso faz com que a temperatura da Terra aumente, fenômeno conhecido como efeito estufa.
Conforme citamos acima, o Brasil tem uma porcentagem maior da sua matriz energética em fontes renováveis do que a somatória da matriz mundial. Por essa razão, se dividirmos a emissão de GEE por todos os brasileiros, chegaremos a um resultado representativo do fato de que o Brasil emite menos gases de efeito estufa por cada habitante do que grande parte das outras nações.
A maior parte da energia que usamos por aqui é produzida por hidrelétricas, como você pode conferir nos dados que vamos mostrar agora:
- 60% — energia hídrica;
- 15% — energia fóssil;
- 8% — energia eólica;
- 9% — biomassa;
- 5% — importação;
- 1% — energia nuclear;
- 0,8% — energia solar.
Portanto, estamos indo na contramão da tendência mundial de utilizar fontes não renováveis de energia, visto que a matriz energética brasileira é uma das mais renováveis na era industrial.
A matriz elétrica do Brasil , que são as fontes usadas exclusivamente para geração de energia elétrica, segue o mesmo caminho da matriz energética. Enquanto a matriz elétrica mundial é composta de apenas 24% de fontes renováveis e 76% de fontes não renováveis, a brasileira tem 82% de fontes renováveis contra 18% de fontes não renováveis.
Apesar das usinas hidrelétricas liderarem a produção de eletricidade, a energia eólica e solar vem crescendo bastante por aqui. Além disso, os investimentos em biocombustíveis utilizando a cana-de-açúcar ajudam o Brasil a estar inserido no ranking das nações com matriz energética mais limpa do mundo.
Essa é uma grande vantagem competitiva para o nosso país, porque os custos da operação são mais baixos e essas usinas também emitem menos GEE, conforme já abordamos.
Descubra qual é a capacidade energética do Brasil
O Brasil soma 7.439 empreendimentos em operação, o que dá um total de 164.830.715 kW de potência instalada. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil tem previsão de adicionar 20.739.777 kW em sua capacidade de gerar energia. Isso será possível por causa dos 218 empreendimentos que estão sendo construídos e dos 382 que ainda vão começar a sua construção.
Temos um grande potencial para produzir energia renovável. A localização geográfica do Brasil recebe altos índices de irradiação solar para gerar energia fotovoltaica, temos ventos constantes e unidirecionais para produzir energia eólica e muita cana-de-açúcar para biomassa.
Além de as energias renováveis serem mais benéficas para o meio ambiente, elas também beneficiam nosso país com seu custo, que é menor do que o de fontes não renováveis. Inclusive, no Brasil, quando as termelétricas precisam ser usadas para produção de energia elétrica, o bolso dos consumidores residenciais e comerciais sofre com o aumento da conta por causa da mudança de bandeira tarifária.
Isso, porque, quando chove menos, as hidrelétricas não dão conta da demanda. Então, as termelétricas são acionadas, só que elas produzem energia mais cara, pois usam petróleo na sua operação.
Apesar de termos uma matriz energética nacional mais renovável do que a mundial, ainda há muito espaço para melhorar esse cenário. Ainda, mesmo com fatores naturais a nosso favor, o Ministério de Minas e Energia afirma que o Brasil enfrenta obstáculos econômicos e operacionais para expandir a utilização de fontes renováveis.