Por Denis Teixeira, Diretor da Alper Cargo
Sempre que nos deparamos com um sinistro nas operações de transportes, independentemente do valor, causa ou produto, um dos primeiros questionamentos que fazemos é sobre o cumprimento (ou não) do Gerenciamento de Risco! E com frequência ouvimos das pessoas envolvidas as seguintes perguntas: quem foi o responsável? As regras não foram suficientes ou não funcionaram? E o tal PGR foi cumprido? Sem dúvida que alguns destes importantes questionamentos precisam ser apurados e levantados para o total entendimento do evento e suas causas e, para que seja aplicada uma solução para a questão, mas, será que essas são as perguntas corretas que deveriam/precisariam ser feitas? Será que ao invés de buscarmos os culpados e ressaltar as ineficiências não deveríamos nos questionar se avaliamos corretamente o risco e se aplicamos as medidas e os controles suficientes para prevenção das perdas?
Atualmente, com a ampla divulgação das informações, equipes que as empresas montaram para equipar as áreas de Gerenciamento de Risco e com a quantidade de recursos existentes, a primeira coisa que se busca é a falha do processo e, novamente indagações como: quais regras da apólice e do PGR deixaram de ser cumpridas? Será que o operador da central de monitoramento não viu os alertas e demorou para acionar as contingências do PGR para tentar viabilizar a recuperação da carga? Enfim, existem tantas questões levantadas após a ocorrência de um sinistro, mas, no entanto, será que não estamos negligenciando de alguma forma mais ações preventivas e assertivas?
Baseados em nossa experiência, acreditamos que agir antecipadamente e nos valendo dos recursos existentes e da melhor forma quanto possível, certamente conseguiremos atingir mais rapidamente a eficiência, pois os sinistros acontecem por uma sucessão de pequenos erros, que na maioria das vezes passam despercebidos por todos, não sendo identificados e tratados adequadamente.
Observamos que, muitos dos problemas encontrados após o fechamento do negócio e no momento do sinistro, tem origem já no início das negociações, com avaliações rasas acerca das operações do cliente, somada ainda a uma coleta de informações de forma displicente. A “ferramenta” utilizada para a coleta de dados, o questionário de avaliação de riscos, é um documento que, em nosso entendimento, deveria ser levado mais a sério, pois é a partir deste documento que são desenhadas as condições que darão origem à apólice de seguros, por isso a importância de preenchê-lo de forma adequada de forma a traduzir a realidade do risco que está sendo ofertado.
O QAR é sem dúvida um documento potente e de suma importância na avaliação do risco, mas se esquecermos dos detalhes da operação e tratarmos o risco dos clientes de forma igual, será o primeiro “pequeno erro” que, somando-se a outros, irá determinar o rumo da operação e da alta probabilidade de sinistros.
Além dos erros de preenchimento do QAR e/ou aprofundamento da operação logística, temos uma questão não menos importante que é a flexibilização nos processos de subscrição, sem o conhecimento do risco, que potencializam os problemas e levam ao aumento da exposição, sendo assim, por mais que sejam utilizadas todos os tipos de tecnologia que temos à disposição, aplicar estes recursos numa operação sem o correto entendimento, mesmo que estes sejam aplicados à risca pelos envolvidos no processo logístico, a possibilidade de acontecer um sinistro é enorme.
O risco é inerente à atividade de transportes e precisa ser enfrentado de maneira adequada, nosso ambiente não é capaz de nos oferecer as condições ideais de segurança, sendo assim, quem oferece maior segurança leva vantagem.
Na Alper, os profissionais são capacitados e treinados dentro dos mais rigorosos padrões no que diz respeito à avaliação de risco. Partimos da premissa que, manter um processo de monitoria preventiva é fundamental para melhor aplicação dos recursos, assim como antecipar-se a eventuais problemas com sinistralidade. Dispomos de vários insumos que podem ser oferecidos em oportunidades de melhorias, as quais buscamos preferencialmente tratar por intermédio da integração dos processos.
Quando determinadas operações não apresentam bons desempenhos, resultando em apólices com resultado deficitários, com ocorrência de sinistros, quer sejam de perdas parciais ou totais, estudamos os eventos com profundidade para o pleno entendimento de suas causas, possibilitando assim a aplicação de um método estruturado que vai desde o levantamento operacional, passando pela definição dos recursos a serem aplicados para a mitigação e controle do riscos até a implantação, monitoramento e gestão da execução das ações necessárias ao ajuste dos processos.
Resumidamente, analisamos o sinistro auditando todo o processo, começando pelos relatórios de tecnologia, macros, configurações dos equipamentos, troca de mensagens entre as partes, rota, treinamentos aplicados, assim como a avaliação de outras viagens para identificação de padrões que possam resultar em novas perdas, dentre outros.
Ao longo de nossa jornada concluímos que é justamente na interação entre os processos logísticos versus gerenciadora de risco/central de monitoramento que acontecem pequenas falhas e/ou erros operacionais que, por vezes, terminam em resultados indesejados.
Então, voltamos à questão inicial: quem é o responsável pela prevenção de perdas? E a resposta que nos soa mais evidente é a central de monitoramento.
Claro que, os erros podem proceder de todas as partes envolvidas e, apesar de todo o aparato tecnológico, dependemos de recursos humanos e, pela sua própria natureza, passíveis de erro. Contudo, como dito anteriormente, se desde o início dos processos, conceitos básicos forem rigorosamente observados, as perdas e danos diminuirão muito.
Fica cada vez mais evidente que todos os envolvidos na cadeia logística têm grande responsabilidade na prevenção de perdas.
Por isso, devemos nos empenhar por uma coleta de informações das operações logísticas de forma personalizada e aprofundada, fazendo com que, já no início do processo durante a captação de negócios, o risco de erros no futuro sejam cada vez menores. Isto é, a prevenção de perdas no transporte de cargas deve iniciar na contratação do seguro e seguir em cada elo da corrente, de forma criteriosa e responsável.
Por acreditarmos que uma análise profunda de processos e o constante acompanhamento da operação, além de melhorar a compreensão dos riscos e na implementação de ajustes assertivos de processos, minimizando conflitos advindos de sinistros futuros, a Alper oferece a seus clientes o Proteção 360. Riscos saudáveis, são reflexos de operações e exposições conhecidas e bem gerenciadas.